sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ao sabor do vento (e de cervejas) em Paris - 26/04/2011

Saímos da estação de King's Cross St. Pancras em Londres perto das 13h00. A intenção era almoçarmos no Eurostar para não perder um minuto quando chegássemos em Paris. A intenção foi colocada em prática por todos os membros da minha família, exceto por mim... Uma senhora simpática, mas muito falante, ao perceber que eu falava português com meus pais, começou a fazer mil perguntas sobre a Argentina (!?!?!?!) antes do trem partir. Acabou que eu fiquei as mais de duas horas de viagem conversando com a senhora. Como ela era professora de inglês, aprendi um pouco mais do idioma, mas por outro lado perdi meu almoço...

Ao chegar em Paris fomos direto para o hotel. Meus pais ficaram desfazendo as malas, mas eu estava com muita fome, pois minha última refeição havia sido uma Old Speckled Hen na noite anterior. Resultou que minha irmã, meu cunhado e eu fomos procurar um lugar para eu almoçar às 16h00. Encontramos o apático O'Sullivans Café Bar (1, Boulevard Montmartre, 75002, Paris). Um pub parecido com os que encontramos no Brasil: só tem jeito de pub, mas na verdade é um local com decoração rústica destinado a festas noturnas; ou seja, nem se comparam aos verdadeiros pubs ingleses.

Como eu ainda estava no clima de Londres, minha refeição foi Fish and Chips acompanhado de uma pint de Kilkenny. Já havia tomado esta cerveja várias outras vezes e, não importa o local, sempre foi uma experiência agradável. Depois da Guinness é a outra grande cerveja popular de qualidade da Irlanda. Por sinal, esta cerveja é distribuída pelo mesmo grupo (Diageo plc) que administra a Guinness e tantas outras bebidas alcoólicas famosas, como Smirnoff e Johnnie Walker.

Nome: Kilkenny
Estilo: Irish Red Ale
País de origem: Irlanda
Cervejaria: St. Francis Abbey
Álcool (%): 4.3
Copo Ideal: Pint
Aroma: Lúpulos, sensações torradas e tostadas, nozes, caramelo e maçã.
Aparência: Líquido de tonalidade avermelhada escura com espuma bastante consistente cor creme.
Sabor: É muito cremosa e honra o termo "cream ale" exposto nas embalagens. É levemente lupulada, tostada e com amargor agradável que perdura por muito tempo. Há sensações de frutas vermelhas ácidas discretas.
Sensação: Uma ótima cerveja, cremosa, encorpada e saborosa. Ainda assim, é possível tomar várias pints e não enjoar.
Nota (1/5): 3,7


Depois de um passeio rápido pela região de Montmartre, fomos jantar em um restaurante belga chamado León de Bruxelles (30, Boulevard Italiens, 75009, Paris). Lugar simples, mas com bom serviço. Desta vez dei uma folga para o peixe com fritas e escolhi penne com queijo e frango.


Para acompanhar o prato pedi uma cerveja francesa: Ch’Ti Blonde
Nome: Ch'Ti Blonde
Estilo: Biere de Garde
País de origem: França
Cervejaria: Brasserie Castelain
Álcool (%): 6.4
Copo Ideal: Tulipa
Aroma: Leve frutado com toques apimentados e salgados provenientes do malte.
Aparência: Cor dourada levemente escura com espuma branca média.
Sabor: É seca com gosto salgado inicial, após vem sugestões amadeiradas desproporcionais pelo fato de apresentar sensação alcoólica desbalanceada. Ainda assim, apesar do álcool, em um curto espaço de tempo não resta nenhuma sensação marcante.
Sensação: A desproporção do álcool prejudica o conjunto e fazem os sabores dissiparem-se rápido. 
Nota (1/5): 2,7

Pub Crawl em Londres 4 - 25/04/2011

Quando eu estava planejando a viagem, queria incluir no roteiro um local onde fosse possível degustar cervejas belgas. Na internet encontrei bons comentários a respeito de um restaurante em especial e inclui o mesmo no itinerário. Foi um tanto quanto complicado achar o local, mas valeu a pena todo esforço, pois meu cunhado, irmã e eu fomos recompensados com uma ótima experiência.
Chegamos no Belgo Centraal (50, Earlham Street, London, WC2H 9LJ) por volta das 19h30. Até pensamos que o restaurante estava fechado, pois ele fica no subsolo da entrada com acesso por umas escadas de ferro. Quando finalmente entramos no restaurante a visão foi um tanto diferente: mesões gigantes onde várias pessoas a dividiam, luz amarela baixa, muita fumaça saindo da cozinha, mas ainda assim todos se divertindo.
Sentamos em um canto e foi difícil escolher um tradicional prato belga para o jantar, mas as cervejas foram de fácil escolha. Começou aí nossa experiência cervejística e religiosa (prossiga a leitura para entender).

Iniciamos a degustação com uma cerveja que carrega uma estigma gigante. No Brasil, em casas especializadas, ela chega a ser vendida por até R$ 250,00. Ela é fabricada pelo método champenoise, similar ao método produtivo de champagnes. Estou falando da DeuS Brut des Flandres.

Nome: DeuS Brut des Flandres
Estilo: Belgian Golden Strong Ale
País de origem: Bélgica
Cervejaria: Bosteels
Álcool (%): 11.5
Copo Ideal: Flauta
Aroma: Apresenta uma riqueza que desperta o olfato: muito frutado, peixe (não chegando a ser um defeito), banana, lúpulo, casca de árvore, amadeirado, ameixas e álcool no final evidente, mas muito bem inserido
Aparência: A garrafa é um show a parte. O líquido apresenta coloração amarelo claro/dourado opaco com espuma branca de ótima duração.
Sabor: Na boca, desce quente pelo álcool desde o início até o fim. Apresenta uma mistura com inúmeras sensações frutadas (peras, pêssegos, damasco, etc.) mas sem a riqueza do aroma. É amarga e seca com ótima sensação de sabor remanescente no retrogosto.
Sensação: Tentei despir-me da influência comum que sempre considerou esta uma cerveja muito superior a diversas outras, mas foi difícil ser imparcial. Primeiro porque ela é quase um mito e segundo porque, de fato, a cerveja é maravilhosa.
Nota (1/5): 4,0



A segunda cerveja escolhida foi a Judas.

Nome: Judas
Estilo: Belgian Golden Strong Ale
País de origem: Bélgica
Cervejaria: Alken-Maes
Álcool (%): 8.5
Copo Ideal: Tulipa
Aroma: Frutado, amadeirado, lúpulo herbal e floral.
Aparência: Cor dourado escuro e brilhante. Ótima formação de espuma branca.
Sabor: Sugestões doces puxadas para as frutas, dentre elas banana, maçãs e abacaxi. O álcool e alta carbonatação conferem um bom conjunto.
Sensação: Não há nada que a torne diferente de outras cervejas do mesmo estilo. É honesta e saborosa.
Nota (1/5): 3,6



Depois de começar com DeuS, ir para Judas, o final não poderia ser diferente: Satan Gold. O detalhe é que o garçom deve ter percebido nossa transgressão religiosa e serviu a cerveja em um copo da Mort Subite...

Nome: Satan Gold
Estilo: Belgian Golden Strong Ale
País de origem: Bélgica
Cervejaria: De Block Brouwerij
Álcool (%): 8.0
Copo Ideal: Taça
Aroma: Além de variações de lúpulos, apresenta notas de frutas cristalizadas.
Aparência: Rótulo simples, mas sugestivo. Líquido dourado opaco com espuma branca baixa, mas permanente.
Sabor: No copo já era possível ver a alta carbonatação, mas na boca ela é percebida com muito mais intensidade. Os sabores frutados, amadeirados e de vinho branco são somados a um conjunto seco que acompanha até o fim do gole.
Sensação: O conjunto todo agrada e proporciona uma ótima sensação, apesar do baixo retrogosto.
Nota (1/5): 3,9



Como havíamos colocado degustado boas cervejas no local anterior, queríamos fechar a noite no tradicional modo inglês, assim sendo, na volta para o hotel paramos no The Brewmaster (37, Cranbourn Street, City of London, WC2H 7AD).

Para fechar a noite pedimos uma cerveja clássica: Old Speckled Hen.


Nome: Old Speckled Hen
Estilo: Extra Special Bitter/English Pale Ale
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: Greene King
Álcool (%): 5.2
Copo Ideal: Pint
Aroma: Amadeirado com toques doces, malte e lúpulo.
Aparência: Coloracao âmbar opaca escura com espuma de curta duração.
Sabor: O gosto acompanha todas as características do aroma, mas com um sugestão de caramelo evidente. No final do gole o amargor mostra sua presença caracterizando bem esta bitter. Retrogosto médio com amargor seco típico do estilo.
Sensação: Bem equilibrada e amarga na medida. Felizmente é possível encontrar esta boa cerveja em várias torneiras no Brasil.
Nota (1/5): 3,5

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Pub Crawl em Londres 3 - 24/04/2011

Nossa primeira parada não foi exatamente em um pub, mas em um restaurante próximo à Tower of London. O local era gerenciado por uma brasileira que nos atendeu muito bem e recomendou a cerveja que bebi, pois tinha recebido um novo barril no início da manha. Logo, para acompanhar uma comida versátil (pizza) pedi uma cerveja versátil: Kronenbourg 1664.


Nome: Kronenbourg 1664
Estilo: Standard American Lager
País de origem: França
Cervejaria: Brasseries Kronenbourg
Álcool (%): 5.0
Copo Ideal: Pilsener
Aroma: Malte e lúpulo discreto.
Aparência: Coloração dourado claro com espuma branca média.
Sabor: Tem a tradicional "falta de sabor" da maioria das cerveja do mesmo estilo. Aquele gostinho metalizado, oxidado e um malte fraco. Em resumo, é a "Skol" da França.
Sensação: Típica cerveja para consumo das massas. Serve para matar a sede e acompanhar comidas rápidas. Para a situação em que eu estava, foi a bebida ideal.
Nota (1/5): 2,0


A primeira parada da noite foi o local escolhido para a janta. Elegemos o pomposo pub The Cambridge (93, Charing Cross Road, London, WC2H 0DP). Este pub é o que podemos descrever como gastropub, pois há um pequeno balcão no andar inferior com algumas torneiras, mas o foco está no andar superior, onde são servidos jantares. Havia apenas uma pessoa atendendo e, ainda assim, apesar do esforço, foi muita simpática e atenciosa.
O pub é bem frequentado, pois fica perto de muitos teatros (na região do West End) e vários turistas e locais optam por parar ali antes ou depois dos espetáculos. A beleza do salão de jantar é simples, rústica, mas de muito bom gosto.

Vocês já devem ter imaginado o que pedi para jantar (Fish and Chips), mas a cerveja não. Optamos pela Doom Bar.


Nome: Doom Bar Bitter
Estilo: English Bitter
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: Sharp's Brewery
Álcool (%): 4.0
Copo Ideal: Pint
Aroma: Discreto, com uma presença suave de lúpulos. Sugestão de casca de maçã vermelha.
Aparência: Cor âmbar clara límpida. Espuma rala.
Sabor: Caramelo suave e amargor tênue, não há impacto seco como pede o estilo.
Sensação: Apresenta algumas características do estilo, mas não chega a se destacar entre tantas outras inglesas de qualidade.
Nota (1/5): 2,9


O local para a segunda pint da noite foi o pub The Porcupine (48, Charing Cross Road, London, WC2H 0BS). Este foi mais um pub onde eu estava retornando, pois já havia tomado algumas cervejas nele em 2009. É pequeno, aconchegante e calmo. Cada coluna possui uma madeira para apoiar os copos e ficar conversando em pé. Nos cantos há mesinhas altas e alguns poucos sofás. Além de descontração, este lugar ofereceu uma das melhores bebidas desta viagem...

Só de escrever sobre a cerveja que segue, minha boca já salivou: Jaipur.


Nome: Jaipur
Estilo: India Pale Ale (IPA)
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: Thornbridge Brewery
Álcool (%): 5.9
Copo Ideal: Pint
Aroma: Agradabilíssimo, intenso e marcante: lúpulos distintos fechavam em um leve toque cítrico.
Aparência: Coloração cobre/laranja escuro com uma curta espuma branca.
Sabor:  Na boca foi muito amarga, mas aveludada de modo a não agredir o paladar. Seca e cremosa, encheram o gole de sabor e sensações distintas.
Sensação: Quando o atendente estava servindo a cerveja, já pude perceber que seria algo especial, pois a cremosidade era intensa.
Nota (1/5): 3,8


A terceira, a quarta e a quinta pint da noite foram degustadas no pub St James Tavern (45, Great Windmill St, London, W1D 7NE). Este pub ficava bem ao lado do local onde eu estudava em 2009 e foi um dos locais onde busquei emprego naquele ano. Está localizado no início da região do Soho e por este motivo é um dos pubs que ficam abertos até o meio da madrugada. Nem preciso falar do quão movimentado ele é.

As três pints degustadas foram iguais, tamanha a leveza e drinkability deste rótulo: The Rev. James.


Nome: The Rev. James
Estilo: English Pale Ale
País de origem: País de Gales
Cervejaria: Brains (S. A. Brain & Company Ltd)
Álcool (%): 4.5
Copo Ideal: Pint
Aroma: Lupulado com uma leve sensação de nozes, pão e toques frutados.
Aparência: Coloração avermelha escura com espuma generosa.
Sabor: Na boca apresenta um corpo leve. Sabores frutados acompanhados de um amargor médio. Retrogosto suave não muito marcante
Sensação: Este é um bom exemplo de uma cerveja que não é excepcional e nem apresenta características memoráveis, mas que cumpre com a sua função com honestidade.  
Nota (1/5): 2,6

Pub Crawl em Londres 2 - 23/04/2011

Este dia foi muito especial, pois fazer um pub crawl em Londres, acompanhado da sua MÃE não é algo que ocorre todo dia!

Nossa primeira parada foi no pub The Horniman At Hays (Hays Galleria, London, SE1 2HD). É administrado pelo grupo Nicholson's. Posso dizer que este é o pub que mais vezes frequentei na vida por diversos motivos, além da boa variedade de cervejas on tap. O principal deles é o fato de poder pegar sua pint e sentar nas margens do Rio Tâmisa e ficar admirando o pôr do sol com vista para a Tower Bridge e a Tower of London. Uma experiência única para quem gosta de boa cerveja e belas visões.
Infelizmente, neste dia, por algum motivo, eles não estavam permitindo carregar copos para fora dos limites do pub...

Neste maravilhoso e crowded (cheio) pub pedimos uma das minhas cervejas favoritas: London Pride.

Nome: Fuller's London Pride
Estilo: Special/Premium Bitter
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: Fuller's
Álcool (%): 4.1
Copo Ideal: Pint
Aroma: Caramelo, lúpulo, madeira e toques frutados.
Aparência: Coloração "chá de pêssego" um pouco mais escuro com espuma branca cremosa, mas pequena.
Sabor: É simples, mas com todas as características frutadas, lupuladas, maltadas, caramelizadas e amadeiradas que fazem das bitters serem sempre uma ótima pedida. Não chega a ser extremamente amarga e seca, mas conduzem ao degustador a naturalmente querer pedir mais uma pela conjunto. Saborosa e com um bom retrogosto.
Sensação: É uma cerveja versátil que agrada quem procura leveza e, ao mesmo tempo, sabor.
Nota (1/5): 3,6


O segundo pub da noite foi o The Old Thameside Inn (2 Pickfords Wharf, Clink Street, London, SE1 9DG). Decidimos jantar neste local, pois havia muitas vezes vazias, apesar do balcão estar tomado por jovens ingleses. Como era bank holiday (feriadão) haviam muitas pessoas e a cantoria era facilmente ouvida em todos os cantos do local. Uma música em especial, marcou a estada neste pub, pelo fato de todos cantarem juntos (incluindo eu): She Moves In Her Own Way da banda indie inglesa The Kooks.
Ah, além disso comi o melhor Fish and Chips que encontrei em Londres.


Pedimos uma St. Austell Tribute Premium Cornish Ale.


Nome: St. Austell Tribute Premium Cornish Ale
Estilo: English Bitter
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: St Austell Brewery
Álcool (%): 4.2
Copo Ideal: Pint
Aroma: Quase sem malte, mas com lúpulo relativamente pronunciado, mas sem força. Sensação frutada é perceptível graças a levedura.
Aparência: Cor do líquido âmbar opaca com quase nenhuma espuma, que apesar de rala, possui cor bege.
Sabor: O sabor acompanha fielmente os sentidos do aroma. Esta característica somada à fácil drinkability a torna muito boa.
Sensação: Poderia ser um pouco mais amarga, mas acredito que na versão em garrafa haja mais pronunciação em todos os aspectos.
Nota (1/5): 3,0


O terceiro pub da noite foi o The Anchor Backside (34, Park Street, London, SE1 9EF). Dentre os pubs londrinos que conheço, este é o meu preferido. Ele tem vários ambientes: deck externo, salão principal movimentado, andar intermediário elegante e andar superior apropriado para jantares.
Ficamos  no andar intermediário tomando nossas cervejas e eis que surge um tecladista que tocou músicas históricas e animadas. Não preciso nem dizer que a combinação de cerveja de qualidade + clima do local + música levou TODO o pub a cantar junto o tema de Top Gun (Ases Indomáveis) de 1986.

A cerveja que nos acompanhou nesta noite de cantoria foi a Abbot Ale.


Nome: Abbot Ale
Estilo: Extra Special Bitter/English Pale Ale
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: Greene King
Álcool (%): 5.0
Copo Ideal: Pint
Aroma: Aroma de lúpulo herbal suave com toques de caramelo e mel.
Aparência: Bonita coloração de cobre avermelhada com espuma de cor creme de média duração.
Sabor: Na boca é cremosa e levemente doce no inicio, mas imediatamente o dulçor é atenuado pelo amargor do lúpulo. A finalização traz algo que lembra mel. O retrogosto é curto com leve amargor.
Sensação: Boa Ale com alta drinkability e bem equilibrada.
Nota (1/5): 3,1

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pub Crawl em Londres 1 - 22/04/2011

Em Abril de 2011 tive a oportunidade de voltar a Londres. E, apesar de eu ter morado durante todo o ano de 2009 na cidade, havia uma atmosfera diferente envolvendo a viagem por três motivos especiais.

Primeiro: eu estava acompanhado da minha família e tínhamos programado tudo com minúcias e detalhes.
Segundo: eu estava voltando à cidade como turista e não como estudante que tinha que contar moedas para tomar uma pint de lager barata uma vez ou outra.
Terceiro: meu conhecimento "cervejístico" evoluiu consideravelmente desde 2009 e eu estava de volta ao país de uma das quatro maiores escolas cervejeiras existentes. Eu também estava acompanhado de meu cunhado, Lisandro Kunzler, um grande apreciador, conhecedor de cervejas e ótimo de papo.


Nossa primeira parada foi no pub The Salisbury (90, St. Martins Lane, Leicester Square, London, WC2N 4AP). É administrado pelo grupo TaylorWalker e, por este motivo, é um local agradável e com o típico charme dos antigos pubs ingleses. Por esta localizado em uma região muito conhecida, acaba sendo um reduto de turistas que buscam alimentação, repouso e ao mesmo tempo conhecer esta instituição inglesa presente em cada esquina chamada pub.


Acompanhado de um tradicional Fish and Chips, pedi uma pint da Wells Bombardier.
Nome: Wells Bombardier
Estilo: Extra Special Bitter/English Pale Ale
País de origem: Inglaterra
Cervejaria: Wells & Youngs
Álcool (%): 4.1
Copo Ideal: Pint
Aroma: Aroma de açúcar queimado e caramelo predominantes. Lúpulos ingleses percebidos em segundo plano.
Aparência: Coloração cobre escuro com generosa espuma branca/bege de boa formação.
Sabor: Tem corpo cremoso, mas com leveza. O inicio do gole é amargo, mas sem intensidade. O dulçor do malte aparece com sua característica caramelizada. O meio do gole apresenta uma característica seca, mas nada acentuado. O final deixa uma sensação amarga que não chega a envolver.
Sensação: É um pouco desbalanceada no dulçor, mas ainda assim, uma ótima cerveja.
Nota (1/5): 3,1


A segunda parada foi no pub The Lord Moon Of The Mall (16, Whitehall, London, SW1A 2DY). É administrado pelo grupo Wetherspoon. É um local clássico e elegante. Tem a atmosfera tranquila, mas apresenta um certo requinte com suas luzes mornas, tapetes cuidados e mobília bem lustrada. É frequentado por muitas famílias e é um ótimo local para refeições mais completas. Já frequentava o pub em 2009, mas apenas em ocasiões especiais (lembrem que neste ano eu era apenas um estudante que fritava batatas e fazia sanduíches).
Este pub tem todas as certificações de cuidado e preservação dos cascos onde armazenam suas cervejas, preservando a qualidade das mesmas e trazendo uma melhor experiência ao degustador.


A terceira parada foi no pub The Princess of Wales (27, Villiers Street, London, WC2N 6ND). É administrado pelo grupo Nicholson's Freehouse. O ambiente é agradável, mas a noite é sempre cheio. O atendente foi um tanto quanto rude, mas não seria isso que estragaria a noite. Estive neste pub outras vezes em 2009 para ver jogos de Rugby nas tardes Domingo e o local estava melhor.
Chegamos por volta das 22h00, pedimos uma pint e fomos bater papo na rua com nossas ales em mãos. A atmosfera daquela noite estava excelente: muita gente na rua e músicos tocando em frente ao local.

A quarta parada foi no pub The Old Shades (37, Whitehall, London, SW1A 2BX). Um pub muito bonito e com decoração que impressiona! Aparentemente, é administrado pelo dono, ou seja, não há uma grande empresa dando suporte.
Já era quase 22h40 e haviam várias torneiras com as mais variadas ales inglesas e lagers do mundo. Pedimos uma pint de uma real ale e sentamos em confortáveis poltronas no fundo do local. Ficamos tomando nossa cerveja até o soar do sino das 23h00, que indicava que o pub estava fechando. Prontamente levantamos e fomos levar nossos copos ao balcão. O simpático garçom disse que poderíamos terminar nossa bebida com calma, mas já era tarde e tínhamos que nos preparar para o segundo dia.